Trabalhadores/as municipais de São Paulo fazem greve contra reforma previdenciária

Entre outras medidas, proposta já aprovada em primeiro turno na Câmara dos Vereadores, aumenta contribuição das e dos servidores para 14% e o tempo para se aposentar em cinco anos para homens e sete para mulheres.

Os trabalhadores e trabalhadoras municipais da cidade de São Paulo completam nesta segunda-feira, 8 de novembro, 20 dias de greve contra mais um projeto de reforma da previdência do município. O Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) 07/2021, enviado à Câmara dos Vereadores pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e conhecido como Sampaprev-2, foi aprovado em 14 de outubro em primeira votação. A segunda votação, necessária para o PLO entrar em vigor, pode acontecer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (SINDSEP-SP), filiada à Internacional de Serviços Públicos (ISP), o projeto confisca aposentadorias, pensões e abre caminho para bancos “garfarem” a Previdência Municipal. Com a proposta de Nunes, enquanto houver déficit, todos os aposentados que ganham mais de um salário-mínimo pagarão 14% sobre o que passar de R$ 1.100. Ou seja, quem já pagava, vai pagar ainda mais. Quem não era descontado, com aposentadorias entre 1 e 6 salários-mínimos vai passar a pagar. Além disso, o projeto aumenta o tempo de contribuição em sete anos para mulheres e cinco anos para homens.

O SINDSEP montou uma calculadora na qual o servidor pode ver na prática como a Sampaprev-2 pode afetar os ganhos. Para acessar basta ir no seguinte link: https://sindsep-sp.org.br/calculadoras/calculadora-sampaprev-2

Luba Melo, diretora do SINDSEP, conta que o movimento tem organizado visitas aos gabinetes e escritórios políticos dos vereadores. “Seguimos em luta buscando o apoio e a força de todas e todos para vencermos essa batalha em defesa de nossas aposentadorias, do serviço público e dos servidores”.

A greve envolve, entre outras categorias, trabalhadores da educação, da saúde, das subprefeituras, da cultura e das unidades de vigilância sanitária. O movimento grevista enfatiza que não faltarão profissionais municipais nas campanhas de vacinação. Segundo o presidente do SINDSEP, Sérgio Antiqueira, o que pode ficar para depois, sem prejuízos, deve continuar parado. “Estamos conversando com todas as unidades. Isso é importante na construção que estamos fazendo para derrotar esse projeto que rouba dinheiro do servidor e do trabalhador”.

Na próxima quarta-feira, dia 10, acontecerá uma assembleia, a partir das 14h, em frente à Câmara Municipal de São Paulo. É possível acompanhar as notícias da greve e dos atos contra o Sampaprev-2 por meio do site e das redes sociais do sindicato.