Sindicato da saúde da ISP apresenta à cooperante finlandesa organização sindical de base no maior hospital público do Brasil

Representando cerca de 250 mil trabalhadores da saúde em São Paulo, dos quais 8 mil atuam no maior hospital público do Brasil e da América Latina, o SindSaúde-SP realiza um importante trabalho de organização sindical que conta com o apoio, por meio da ISP, do Centro de Cooperação Sindical da Finlândia. 

Durante visita ao Instituto da Criança e do Adolescente, uma das unidades do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), a representante do Centro de Solidariedade Sindical da Finlândia (SASK), Anna Perttula, conheceu de perto a atuação sindical de base do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP), filiado à Internacional dos Serviços Públicos (ISP). 

Perttula, Especialista em Transição Justa da SASK, contou que a visita foi muito interessante e importante para compreender a realidade do serviço público de saúde no Brasil, como funciona um hospital público de alto nível e como os sindicatos do setor da saúde atuam com suas bases e enfrentam os desafios atuais. “Os afiliados da ISP realizam um trabalho extraordinário de representação e diálogo com os empregadores. É evidente que a privatização da saúde é um fenômeno crescente, que se manifesta desde a base, e é algo que os sindicatos, juntamente com a ISP, precisam enfrentar de forma unida e estratégica para proteger serviços públicos de qualidade”, disse.  

Janaina Luna, secretária-geral do SindSaúde, apresenta o equipamento de protuário eletrônico utilizado pelas profissionais de enfermagem
Janaina Luna, secretária-geral do SindSaúde, apresenta o equipamento de protuário eletrônico utilizado pelas profissionais de enfermagem

Para Janaína Luna, secretária-geral do SindSaúde-SP que acompanhou a visita, o momento representou mais do que uma troca de experiências. “Essa atividade simboliza a construção da solidariedade internacional entre trabalhadores da saúde. Em um momento em que os serviços públicos estão sob ataque, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, é fundamental mostrar como nos organizamos, resistimos e lutamos por direitos, por condições dignas de trabalho e por um Sistema Únicos de Saúde 100% público e de qualidade”, contou a dirigente. 

A SASK atua, em parceria com a ISP e outras federações sindicais globais, no fortalecimento do movimento sindical e na promoção do trabalho decente, com foco na redução da pobreza e da desigualdade nos países em desenvolvimento. No Brasil, o SindSaúde-SP, a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e outros sindicatos de trabalhadores da saúde filiados à ISP integram o projeto de cooperação promovido pela federação com o apoio da SASK, que tem como objetivo ampliar os direitos das e dos profissionais da saúde na América Latina. 

“Em 2025, já realizamos duas atividades importantes no âmbito desse projeto: o encontro nacional do Comitê de Mulheres da ISP, no qual debatemos ações de incidência para enfim conseguirmos a aprovação do Projeto de Lei para a ratificação da Convenção 190 da OIT e a política nacional de cuidados aprovada em dezembro de 2024. Ao longo deste ano, ainda estão previstas outras três ações importantes com temas relacionados à Convenção 151 e estratégias de sindicalização, além da realização de uma audiência pública dedicada à ratificação da Convenção 190”, contou o secretário sub-regional para o Brasil da ISP, João Cayres. 

Ana Firmino, do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, participante da reunião de apresentação dos resultados do projeto, afirmou que “apoiar os sindicatos em políticas de interesse global, que impactam diretamente a classe trabalhadora, é essencial para fortalecer e viabilizar projetos politicamente organizados pela Internacional de Serviços Públicos”.