na América Latina Sindicalistas LGBTQIA+ debatem sobre invisibilidade e direitos trabalhistas
Entendendo que a luta contra a LGBTfobia também é uma luta sindical, mais de 40 lideranças sindicais, de 14 países da nossa região, debateram no último dia 23 de agosto a luta por trabalho decente, direitos sindicais e trabalhistas dessa população.
Sob a coordenação do Comitê Interamericano de Pessoas LGBTQIA+ da ISP, o debate foi iniciado com a apresentação da Profa. Estefania Viziolli, mestra em Políticas Públicas e integrante do Ministério das Mulheres da Argentina, que ressaltou as linhas paralelas de conquistas históricas trabalhistas e de direitos específicos dessa população e seus descompassos.
Lembrando que a criminalização das identidades ainda se sustenta e segue sendo ameaça constante em decorrência do avanço de setores violentos e homofóbicos, a Profa. Viziolli apresentou também um histórico “das novas leis de igualdade” nos países e um breve panorama sobre a situação sócio trabalhista da população LGBTQIA+ na América Latina.
Por sua vez, o ativista pelos direitos humanos, Prof. Marco Castillo, falou sobre a invisibilidade que dificulta o desenvolvimento de uma carreira profissional. Invisibilidade também denunciada pela enfermeira hondurenha, Marbella Leiva, nas fileiras sindicais. Problemáticas específicas da população LGBTQIA+ retratadas também na pesquisa de Diversidade e Inclusão, publicada pela Great Place To Work (GPTW) em 2022, que mostra que apenas 10% dos funcionários das empresas testadas se autodeclaram parte da comunidade e, em cargos de liderança, esse número cai para 8%.
Para a ISP e suas afiliadas, momentos como estes são oportunidades importantes para identificar caminhos, causas, medidas, parceiros para essa luta tão complexa. Trata-se de buscar transformar o sindicalismo da região em um sindicalismo mais inclusivo, mas também de trazer pautas que reflitam a diversidade da classe trabalhadora, incidindo inclusive em políticas afirmativas para reconhecimento da identidade dessas pessoas, nas empresas através de cláusulas específicas contra discriminação, através de reservas de vagas nos concursos públicos, nos espaços de governos e na sociedade. Trata-se de dar visibilidade e reconhecer direitos.