O Comitê Interamericano da ISP de Combate ao Racismo repudia os ataques aos povos originários de Cali, Colômbia

Condenamos o brutal ataque das pessoas que vivem no setor exclusivo de Pance, na cidade de Cali, contra os companheiros da CRIC e da Minga, que foram atacados e recebidos com expressões como “índios, voltem para sua terra”, “não os queremos aqui” e um ataque com armas de fogo que feriu com gravidade vários companheiros indígenas, violando o sagrado direito à vida, atos que demonstram o profundo racismo estrutural que existe na Colômbia, e que, com essas práticas, perpetuam a exclusão, a divisão de classe e aumentam a polarização no país em momentos tão críticos.

O COMITÊ INTERAMERICANO DE COMBATE AO RACISMO, À XENOFOBIA E TODAS AS FORMAS DE INTOLERÂNCIA DA INTERNACIONAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS ISP

REPUDIA

Os atos de racismo, xenofobia e discriminação por parte de altos funcionários do governo colombiano, começando pelo Presidente da República, senhor Iván Duque, a senhora Vicepresidenta, Martha Lucía Ramírez, o Prefeito de Cali, Jorge Iván Ospina, a diretora do Zoológico, María Clara Domínguez, contra os povos originários do Conselho Regional Indígena de Cauca CRIC e da Minga Indígena, que, exercendo seu direito humano ao Protesto Social Pacífico, se mobilizaram pelo território colombiano para respaldar e apoiar o levantamento social e os protestos legítimos do povo colombiano.

Da mesma forma, condenamos o brutal ataque das pessoas que vivem no setor exclusivo de Pance, na cidade de Cali, contra os companheiros da CRIC e da Minga, que foram atacados e recebidos com expressões como “índios, voltem para sua terra”, “não os queremos aqui” e um ataque com armas de fogo que feriu com gravidade vários companheiros indígenas, violando o sagrado direito à vida, atos que demonstram o profundo racismo estrutural que existe na Colômbia, e que, com essas práticas, perpetuam a exclusão, a divisão de classe e aumentam a polarização no país em momentos tão críticos.

Não é com essas ações, nem expressões que vamos construir um diálogo que nos permita entender-nos como humanos. O diálogo só é possível com o respeito a nossas diferenças, como prevê o artigo da Constituição Nacional, a Colômbia é um país pluriétnico e pluricultural.

Portanto, EXIGIMOS:

  • Que os altos funcionários peçam perdão publicamente pelas ações e expressões de racismo e discriminação que violam os direitos dos povos originários.

  • Que a polícia, o ESMAD e as demais forças repressivas do governo respeitem os protestos pacíficos de todos os moradores de Cali e de outras cidades colombianas.

  • Chega de assassinato de jovens! Que se respeite o direito fundamental à vida de todas e todos os manifestantes.

  • Que se retire imediatamente a presença militar das ruas da Colômbia, porque, segundo a CIDH, ela deve ser extraordinária, subordinada, complementar, regulada e fiscalizada.

Abya Yala, maio de 2021