Mudança transformadora de gênero, aqui e agora: abordar as dinâmicas de poder e as causas profundas da desigualdade entre os sexos

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a ISP celebra um momento decisivo na luta pelas mulherxs[1] em todo o mundo.

Já não basta falar de políticas sensíveis de gênero ou sensíveis ao gênero, exigimos transformação e ações políticas que desmantelem as causas estruturais da desigualdade.

Exigimos uma mudança transformadora - nada menos que isso

Chegou o momento de transformar as relações de poder que:

  • Controlam, mercantilizam e violam os nossos corpos e as nossas vidas.

  • Desvalorizam e tornam precário o nosso trabalho remunerado e não remunerado.

  • Privatizam os serviços públicos, aprofundando a pobreza e feminizando-a.

  • Mutilam a natureza e os bens comuns.

  • Excluem-nos da ciência, da tecnologia, e da era digital.

  • Colonizam os nossos territórios e extrair a nossa riqueza.

  • Atacam a democracia, a boa governação, e o controlo público.

Do Sul Global, Irene Khumalo, Presidente do Comité Mundial das Mulheres da ISP disse "Exigimos uma mudança transformadora - nada menos que isso. Orgulhamo-nos da nossa luta pela igualdade e de fazer parte de uma organização que luta diariamente para dar maiores respostas à mudança e progresso para as mulheres".

Rosa Pavanelli, Secretária-Geral da ISP, reflete sobre até onde a organização chegou e projeta-a para o presente: "começamos há 21 anos com uma política de igualdade de gênero na participação em todas as estruturas de tomada de decisão da organização. Isto encorajou outras transformações políticas como a inclusão da integração da perspectiva de gênero no Programa de Ação de 2017 da ISP, tornando assim o trabalho em prol da igualdade de gênero na responsabilidade política de todos, e não apenas das mulheres".

Agora, continua Pavanelli, "defendemos uma proposta de mudança transformadora de gênero com cinco vertentes que engloba o mundo do trabalho, os serviços públicos, a era digital, e as vidas das mulheres, por:

  • Reconstruir a organização social dos cuidados, em conformidade com o nosso manifesto dos 5Rs.

  • Recuperar os serviços públicos como um meio de transformar as relações desiguais de gênero, começando pelo reforço dos sistemas de cuidados e a construção de um modelo para abordar os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres na saúde pública.

  • Exercer os direitos sindicais das mulheres e exigir o direito de organização, negociação e greve para revalorizar o trabalho e erradicar a violência.

  • Exigir um novo acordo digital transformativo de gênero.

  • Agir contra o feminicídio apelando a políticas estatais para o combate-lo".


[1] O termo “mulherxs” inclui a diversidade interseccional e as identidades feminizadas.