8 de março - Dia Internacional da Mulher Mudança transformadora de gênero, aqui e agora: abordar as dinâmicas de poder e as causas profundas da desigualdade entre os sexos
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a ISP celebra um momento decisivo na luta pelas mulherxs[1] em todo o mundo.
Verónica Montúfar
Já não basta falar de políticas sensíveis de gênero ou sensíveis ao gênero, exigimos transformação e ações políticas que desmantelem as causas estruturais da desigualdade.
Exigimos uma mudança transformadora - nada menos que isso
Chegou o momento de transformar as relações de poder que:
Controlam, mercantilizam e violam os nossos corpos e as nossas vidas.
Desvalorizam e tornam precário o nosso trabalho remunerado e não remunerado.
Privatizam os serviços públicos, aprofundando a pobreza e feminizando-a.
Mutilam a natureza e os bens comuns.
Excluem-nos da ciência, da tecnologia, e da era digital.
Colonizam os nossos territórios e extrair a nossa riqueza.
Atacam a democracia, a boa governação, e o controlo público.
Do Sul Global, Irene Khumalo, Presidente do Comité Mundial das Mulheres da ISP disse "Exigimos uma mudança transformadora - nada menos que isso. Orgulhamo-nos da nossa luta pela igualdade e de fazer parte de uma organização que luta diariamente para dar maiores respostas à mudança e progresso para as mulheres".
Rosa Pavanelli, Secretária-Geral da ISP, reflete sobre até onde a organização chegou e projeta-a para o presente: "começamos há 21 anos com uma política de igualdade de gênero na participação em todas as estruturas de tomada de decisão da organização. Isto encorajou outras transformações políticas como a inclusão da integração da perspectiva de gênero no Programa de Ação de 2017 da ISP, tornando assim o trabalho em prol da igualdade de gênero na responsabilidade política de todos, e não apenas das mulheres".
Agora, continua Pavanelli, "defendemos uma proposta de mudança transformadora de gênero com cinco vertentes que engloba o mundo do trabalho, os serviços públicos, a era digital, e as vidas das mulheres, por:
Reconstruir a organização social dos cuidados, em conformidade com o nosso manifesto dos 5Rs.
Recuperar os serviços públicos como um meio de transformar as relações desiguais de gênero, começando pelo reforço dos sistemas de cuidados e a construção de um modelo para abordar os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres na saúde pública.
Exercer os direitos sindicais das mulheres e exigir o direito de organização, negociação e greve para revalorizar o trabalho e erradicar a violência.
Exigir um novo acordo digital transformativo de gênero.
Agir contra o feminicídio apelando a políticas estatais para o combate-lo".
[1] O termo “mulherxs” inclui a diversidade interseccional e as identidades feminizadas.