Após meses de mobilização em círculos de países e grupos temáticos em todo o mundo, 627 ativistas (352 delegados de 60 países e 275 da Argentina) se reuniram em Mar del Plata, Argentina, em abril de 2024, para a 5ª Assembleia de Saúde dos Povos (PHA5) do MSP.

Ao lado de ativistas pelo direito à saúde, direitos humanos, trabalhadores da saúde, organizações de direito à saúde, redes afiliadas e membros do PSM, formuladores de políticas de saúde, acadêmicos, a delegação da Internacional dos Serviços Públicos (ISP) foi composta por 12 representantes sindicais do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e Argentina, que participaram ativamente das discussões da PHA5.

"A 5ª Assembleia Popular de Saúde reforçou mais uma vez o caráter político da luta pela realização do direito à saúde. Os trabalhadores, as comunidades e o movimento da sociedade civil devem se levantar e lutar contra a mercantilização da saúde", afirma Baba Aye, responsável global pelo setor de Saúde da ISP e líder da delegação, que também foi composta pela subsecretária para a região andina da ISP, Susana Barria, e pelo responsável pela equidade em saúde, Pedro Villardi.

Na ocasião, a ISP reafirmou seu compromisso com a agenda de saúde para todos, que é o eixo central do movimento global de saúde. Além disso, foi destacada a importância de divulgar o trabalho da Federação Interamericana de Sindicatos de Saúde e posicioná-la como uma aliada natural da PSM na região. "Nesta Assembleia Mundial, pudemos interagir com diferentes organizações sociais. Pudemos expressar nossas dificuldades como trabalhadores da saúde da InterAmérica e como os trabalhadores da saúde em toda a região têm sido afetados por diferentes fatores, mas principalmente pelo neoliberalismo, que tem levado os trabalhadores da saúde a tentar mudar suas ações e seu local de trabalho, e levando a uma crise de falta de talento humano na saúde", disse Fabio Melo, coordenador e presidente do Sindistritales, da Colômbia, e um dos coordenadores da Federação.

Outro ponto crucial foi destacar a relevância da Agenda do Trabalho Decente e os desafios da informalidade para a proposta de saúde para todos, que tem como base a prestação de serviços públicos de saúde de qualidade. "Nossa participação na Assembleia do PHM nos permitiu destacar a importância do trabalho decente e da boa vida para a agenda de saúde para todos. Organizamos um evento no qual colegas da Argentina, Brasil e Chile falaram sobre os desafios e as condições de trabalho que enfrentamos como profissionais de saúde e as estratégias que desenvolvemos para superá-los. Esse é um diálogo necessário que nos fortalece como sindicatos que pertencem à Federação Interamericana de Saúde PSI/PSI e como parte do movimento mais amplo pelo direito e igualdade na saúde para todos", Carmen Luz, responsável pelo setor de saúde da ANEF, coordenadora da Federação Interamericana de Sindicatos de Saúde.

Além disso, foi enfatizada a importância de continuar o diálogo e a colaboração em questões específicas. Em particular, a delegação da PSI estava participando de painéis e discussões sobre o Tratado de Pandemia, a reconstrução da Organização Social da Assistência e a promoção da produção pública de tecnologias de saúde, como medicamentos e vacinas, como bens de domínio público.

A PHA é uma parte importante do PHM, pois oferece um espaço para a troca de experiências, o aprendizado mútuo e o desenvolvimento de estratégias conjuntas de ação. Ela é realizada aproximadamente a cada cinco anos.

A Chamada à Ação desta quinta edição reflete as demandas e os compromissos do Movimento pela Saúde dos Povos após os debates e discussões anteriores e durante a Assembleia da Saúde dos Povos realizada em Mar del Plata.