No documento, a Frente observa que o Acordo poderá bloquear o desenvolvimento do Brasil, além de contribuir para um aumento significativo de violações de direitos humanos e socioambientais, e entrar em contradição com as medidas propostas para o enfrentamento da crise climática.

Leia a carta em português e inglês.

“Ressaltamos que à violência econômico-financeira produzida por este Acordo, soma-se a violência aos modos de vidas, às crenças dos povos e às formas de organização política e sociocultural dos povos indígenas e das comunidades tradicionais do campo-cidade-floresta. Em um momento em que a crise econômica está instalada sobre o Mercosul, agravando-se diante dos desafios impostos pela pandemia, aprovar um acordo desigual seria um verdadeiro desastre. Considerando o caráter neocolonial deste Acordo, nos parece simbólico que Portugal sirva de porta-voz para interesses europeus que buscam reforçar os laços históricos de dependência entre nossos países”.

Para a Frente, é urgente a paralisação do processo de assinatura e ratificação do Acordo de Associação UE-Mercosul à luz dos retrocessos que vêm ocorrendo no Brasil.

#SayNoEuMercosur

Nesta sexta, dia 26, a organização Fridays For Future convoca o twittaço #SayNoEuMercosur com objetivo de sensibilizar o Conselho da UE sobre os impactos negativos para o meio ambiente e os direitos humanos do Acordo. Para a organização, a assinatura do Acordo determinará se a União Europeia participará, mais do que nunca, do desmatamento das florestas brasileiras e das violações de direitos humanos dos povos e comunidades tradicionais. A Frente brasileira frente ao Acordo EU-Mercosul soma-se à essa mobilização.

A Frente Brasileira contra o Acordo União Europeia-Mercosul e EFTA-Mercosul é um espaço de articulação do qual participam diversas organizações da sociedade civil que assinaram a carta política de oposição à assinatura do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.