Centrais brasileiras criam grupo sindical contra o TISA

Com o apoio da Internacional de Serviços Públicos (ISP), centrais brasileiras criaram, no dia 2 de fevereiro, um grupo sindical contra o Acordo sobre o Comércio de Serviços (TISA, na sigla em inglês). Participaram do encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Confederação dos Servidores Públicos (CSPB)/Nova Central.

A atividade começou com uma apresentação sobre o que é o TISA e suas consequências para os serviços públicos e para os trabalhadores, assim como para as democracias. Os participantes ficaram bastante preocupados com as consequências de uma possível aprovação do acordo. A partir das informações compartilhadas durante o encontro, as centrais debateram as estratégias de luta e criaram um plano de trabalho.

Ficou definido que, como o Brasil não faz parte da negociação, o mais importante no momento não é uma atuação direta, mas sim uma atuação de sensibilização dentro dos sindicatos e para os trabalhadores e a sociedade em geral.

A primeira etapa da aplicação da estratégia acordada será uma série de artigos sobre como e onde o TISA pode afetar as categorias de trabalhadores e os respectivos setores. Os primeiros temas trabalhados serão: saúde, comércio, transporte, informática, financeiro, judiciário, trabalhadores municipais, serviços e educação. A ISP trabalhará juntamente com as equipes de comunicação das centrais para a produção de artigos e para que eles circulem nos boletins dos sindicatos e outros impressos produzidos por sindicatos e centrais.

A segunda etapa será um curso de capacitação de um dia e meio para duas ou três pessoas por central (assessores e dirigentes), que atuarão como apoiadores/facilitadores do tema internamente. Na terceira etapa, será realizado um seminário para cada central, com o objetivo de informar e sensibilizar suas direções.

Os participantes do encontro avaliaram ser importante estabelecer alianças sobre o TISA com diversos setores da sociedade, como a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (ANAMATRA) e povos indígenas, que vêm sendo duramente afetados pelas transnacionais, especialmente do agronegócio.